Lost Case



Lost Case

Capitulo 1

Determinação


Bem, sou Rarry McCoy e vou lhes contar minha historia.Deixe-me ver como irei lhes explicar. Humm... Já sei. Uma certa vez um rapaz...

Ah! Não, não! Desse jeito está ruim. Devo começar de outra forma. Humm...

Acho que desse jeito vai ser bom.

New Frontie, 10/21/1973, 06:50 am.

Rarry ! Acorda ! Você vai se atrasar ! Anda logo , hoje é seu primeiro dia de aula na faculdade.


- Hunmnm... uuááá... que horas são mãe ?

- Já são 06:52, e você deve estar na faculdade as 07:20 !

- O quê ?!?! Mais que droga mãe ! Pensei que seria 7 horas da noite ! Não de manhã !

- E onde já se viu uma faculdade á noite aqui em New Frontie ??!

- Ué você não sabe ?! Abriu uma nova turma a noite na faculdade de San Peterson. Se der sorte posso me transferir para lá.

- Do que está falando? Você não pode se transferir no primeiro dia de aula. Páre de falar e ande logo já são 06:59 !

- Tá bom, depois nós conversamos sobre isso mãe.

- Rum! Não temos que conversar sobre isso, por que isso está fora de cogitação! Agora tire isso da cabeça e vá logo para o ponto, o ônibus já deve estar a caminho.

- Está bem mãe. Beijo; aqui , ó não esquece de lavar minha jaqueta não hein.

- Está bem. Vai com Deus meu filho.

- Tá. Fica com Deus mãe.

New Frontie ,10/21/1973, 07:04 am. - Ponto de ônibus

- Droga! Droga ! Drogaaa ! Não acredito que perdi o ônibus no meu primeiro dia de aula!

E de repente ela surgiu do horizonte como um raio de sol iluminando a minha vida.

E ofuscando minha visão...

-(Pumnf!)Ei! Por que não olha por onde anda?

-Ér...han... Me... Me... Me...

-Me?! “Me” o que ? responda.

Não conseguia dizer nenhuma palavra naquele momento. Só conseguia contemplar sua beleza hipnotizante.

-Me...Me...Me des...des...des..

- Ahh! Já vi que você não é normal. Tudo bem. Vou me levantar e fingir que nada aconteceu. Até mais garoto anormal.

- ME DESCULPE!


E já era tarde o bastante para eu pedir desculpas, pois ela já estava longe demais para ouvir meu sussurro de desculpas.

New Frontie ,10/21/1973, 07:09 am. - Rua Prof.Collin Ressel

-Mas que droga! Que primeiro dia de aula ! Obrigado ! Muito Obrigado, pelo primeiro dia de aula que estou tendo, estou muito feliz... Claro! E como não poderia estar?!! Acordei atrasado, perdi o ônibus escolar, bati de frente em uma lindíssima garota e nem consegui pedir desculpas e ainda por cima tenho que ir para a faculdade andando nesse frio de matar! O quê mais paderia acontecer comigo??! Ser assaltado? Não, não! Melhor, ser assaltado, chegar atrasado na aula e ainda por cima ser confundido com algum desses caras que costumam apanhar daqueles machões na hora da saída e ir para casa todo arrebentado.

Foi quando eu tive aquilo a primeira vez. Até hoje não sei como isso acontece. Mas como isso não vem ao caso, vamos ao fato. Eu ainda estava xingando meio mundo em meu pensamento quando aconteceu.

-(Pumnf!)Ei cara para que serve seus olhos, se você não olha por onde anda?

-Me desculpe, estava destraído, me desculpe.

-Eu vou te mostrar como é que se desculpa quebrando seu nariz, seu idiota!

-Frederic! Páre com isso! Me desculpe rapaz, ele é um idiota mesmo, sempre diz as coisas sem pensar.

-Claro, aliás eu que lhes peço desculpas.

-Humpf! Você é um rapaz de sorte. Se meu irmão não estivesse aqui eu iria te arrebentar cara!

-Vamos Frederic. Deixe o jovem em paz. Nos desculpe pela confusão, até mais.

-Eu que lhes peço desculpas, até mais.

Eram três pessoas,para ser mais exato três homens, talvez possivelmente três irmãos, mas de fato só sabia que dois eram irmãos. O primeiro, um rapaz jovem, era alto,cabelo curto de cor preta, olhos castanho-claro, ligeiramente forte, usava uma camisa regata branca como vestimenta, por cima dela usava uma jaqueta marrom escuro com detalhes cinza na gola da jaqueta, usava uma calça jeans alzul-escuro combinando com o tênis, que de fato, estava bastante surrado. O segundo era um jovem nem forte e nem magro, de estatura mediana, cabelos médios de cor castanho, caidos sobre a sua testa, olhos cor de mel bem claro, de fato quase amarelo; usava uma blusa de manga longa com tonalidade de azul escuro, um cachecól de cor preta em seu pescoço, usava uma calça de algodão preta meio acinzentada, creio que por ser muito velha. Usava um tênis branco, cujo um deles estava com o cardaço desamarrado. E o terceiro que não sei ao certo se era o irmão dos outros dois irmãos, tinha a estatura mais baixa de todos os outros, cabelo se não me engano preto,usava uma blusa de algodão com capuz, cujo tal cobria seu cabelo em boa parte de sua cabeça, deixando a expor somente na parte frontal de seu rosto uma mecha de cabelo, que vinha até a sombrancelha. Usava uma calça jeans azul claro e um tênis cinza, provalvelmente por ser velho tinha essa cor.

Após as desculpas serem feitas, os dois irmãos caminharam de sentido a atrevessar a rua, o terceiro suposto irmão, com sua cabeça baixa caminhava lentamente, de modo tão devagar que parecia ser um velho de 80 anos de idade com rêumatismo atacado, lutando para atravessar a rua. Mas de algum modo, os meus olhos vacilavam, se ofuscavam...minha audição se desligava lentamente enquanto a visão que por outrora havia se osfuscado voltava ao normal, e quando meus olhos voltaram a perceber nitidamente as cores escuras de suas vestes, eu via seu sorriso tenebroso, quase maníaco, ele estava sorrindo, e mesmo não vendo seus olhos, eu tenho certeza que estavam buscando a minha face. Foi então que comecei a sentir meus batimentos cardíacos como se estivessem conectados aos meus próprios ouvidos, ouvia nitidamente cada pulsação, cada bombeamento de sangue partido no meu coração. Nesta ocasião pude escutar claramente um “click” dentro de minha cabeça, era como se eu estivesse sendo envolvido por uma espécie de sonho . Então vi o horizonte ficar totalmente branco, na verdade tudo em minha volta se tornora por poucos segundos uma imensidão branca. E olhando para um ponto onde a luz se destacava do branco, percebi que havia uma faixa de luz se aproximando. Aproximando-se não. Vindo de encontro a mim. Cada vez mais rápido, até se tornar um clarão em frente aos meus olhos. E por final senti aquele feixe de luz adentrando em minha mente, e juntamente com ele um som de “Zíííím” causado pela velocidade do encontro. Lentamente a claridão foi se borrando, e se misturando com as cores da parede da Barbearia do Sr. Carlos, que ficava do outro lado da rua. Aos poucos o branco ía se desfazendo e dando lugar as cores da rua; as cores daquela cidade que era tão atrativa e cativante. Já havia recuperado totalmente a visão, quando percebi que ainda escutava um “zííím” dentro da mina cabeça, que logo foi quebrado pelo som da voz de um dos irmãos discutindo com o outro.

-Viu! Olha só para ele ! Eu poderia ter quebrado a cara dele ! Olha só a careta que ele está fazendo olhando para nós.

- Não seja estúpido. Ele só deve estar com medo ou alguma coisa assim. Páre de querer arrumar briga e vamos logo.

- Tá bom, tá bom. Mas se ele fazer isso denovo eu pego ele hein!

- Tá, tá , vamos logo.

Logo percebi que estava com a mesma expressão do sonho que acabara de ter. Sentia um presentimento inexplicável sobre aquele terceiro suposto irmão.

Resolvi não me preocupar com o que havia acontecido, pois afinal parecia mais um mal-estar , causado pela batida do confronto com a dupla de irmãos do que qualquer outra coisa.

Continuei meu percuso até a faculdade, e logo descobri que a faculdade ficava muito longe do ponto de ônibus! Andei bastante; enfim cheguei à faculdade.


New Frontie ,10/21/1973, 07:40 am – Faculdade New Frontie

-Enfim cheguei ! Tenho que achar minha sala logo !

Nunca havia pisado portões adentro da faculdade. Era um mundo novo para mim, e como qualquer coisa que é nova, surgiu também as dificuldades. E a primeira delas foi me adaptar aos corredores imensos cuja estrutura e formação formavam um tipo de labirinto para os meus olhos. Decidi correr o mais rápido que eu conseguia, afim de chegar mais rápido em algum lugar que não fosse aquele pátio tão frio que saudava a entrada da faculdade. Já havia passado várias salas correndo, e pude notar que em todas, pelo menos nas que eu percebi, os professores não estavam na sala de aula. Havia ainda uma esperança de chegar na sala sem ter que me explicar. Continuei correndo pelo corredor, e logo avistei uma curva tanto para a direita quanto para a esquerda· Tomei a decisão de ir pela direita, afinal era meu lado preferido. Já me aproximava da curva que daria acesso ao corredor da direita quando de repente...

-(Pumpf) .

Não conseguia acreditar que pela terceira vez no dia estava batendo em outra pessoa!

-Ai! Minha cabeça! Não acredito. De novo não ! Olha você é a 3 ª pessoa que eu bato de encontro hoje, e eu sei que você vai dizer alguma coisa, provavelmente do tipo “ei olhe por onde anda” ou “eu vou quebrar sua cara!”, mas é que eu estou bastante atrasado, preciso encontrar minha sala. Então outro dia você pode reclamar comigo ou algo do tipo ok?? Tchau!

O engraçado é que o rapaz também não disse coisa alguma, só ficou escutando o que eu disse e movimentou a cabeça em sentido positivo, como se estivesse concordando com tudo que eu disse. Logo pude avistar uma placa sinalizando que aquele local seria a diretoria da faculdade. Tinha poucos minutos para descobrir minha sala e chegar até ela.

- Bom dia! Com licença. Eu sou aluno nov...

- Ah!! Então você está chegando atrasado logo no primeiro dia de aula não é !!!?

- S..S..

Antes mesmo que eu respondesse, ele já havia me interrompido com outra afirmação.

-Você deve ser o James Makenzie não é ? … Não. O James havia avisado que não viria no primeiro dia de aula. Então só resta uma pessoa que só pode ser você...Não é mesmo Rarry Maccoy!

- Hãn!!??? Como sabe meu nome?!?!?

-O que está pensando hein meu rapáz??! Eu sou o diretor chefe dessa faculdade, Sr. Jon Reizel! Eu sei o nome de todos os alunos e funcionários dessa faculdade. E aliás, é feito uma chamada antes dos alunos entrarem nas suas respectivas salas de aula, então concluindo a linha de raciocínio, quem estivesse faltado ou chegado atrasado, à aula nós saberíamos com 99% de exatidão quem seria essa pessoa.

- Me...Me... Me desculpe Sr. Reizel. Perdi o ônibus para a faculde e tive que vir andando da minha casa até aqui na faculdade.

- Isso não é da minha conta! Se apresse rapaz! Pois a sabedoria te aguarda na sala 38-b2.

- Est...Está bem Sr. Reizel ! Já estou indo.


Ainda estava meio nostalgiado pela eficiência do senhor Reizel, quando me dei conta que não sabia onde ficava a sala onde eu deveria ir. A minha sorte é que notei que em cada corredor havia uma placa com uma letra e um numero, mas só isso, não tinha como saber de exato em qual sala era. Poderia descobrir o corredor, mas e a sala ? Andei olhando todos os corredores, e enfim achei o corredor que tinha a letra “B” denominado sua informação. Mas o problemas que não havia número nenhum na placa, como saberia se ali era realmente o corredor b2 ? Eu não tinha outra escolha a não ser procurar pela sala 38 naquele corredor. Comecei da primeira sala do meu lado direito, e graças a Deus ela era minha unica pista para achar minha sala. Ela estava vazia. Era a unica de todas as outras que tinha uma placa denominando sua numeração, seu número era 12. Então continuei procurando. E cheguei ao final do corredor, na última sala. E concluí uma hipótese. Seria impossível haver uma sala determinada 38-b2 naquele corredor, pois a ultima sala tinha como número o dígito 30, exatamente de acordo com a contagem das salas em forma crescente. Aonde seria a sala 38-b2 ?

New Frontie ,10/21/1973, 07:48 am – Faculdade New Frontie

-Onde será que essa sala 38-b2 fica hein? Mas que droga! Hoje eu estou muito sortudo mesmo! Ah! Senhorita sorte obrigado por tudo isso! Obrigado! … Não devo ficar reclamando, afinal não tenho tempo para isso.

- 38-b2. 38-b2. Onde deve ficar essa sala?

- Hãn?! …........

- ….....

- Ei!! Você é aquele cara que bateu em mim no corredor!

- (Glump!). Sim. Sou eu mesmo.

- …........

Pensei naquele momento que ele iria me bater, reclamar ou algo assim, mas sua reação foi bastante diferente do que eu estava pensando.

- …... Você sabe onde fica a sala 38-b2 ?

- O qu.. qu... quê ??!! Você quer saber qual sala é a sala 38-b2 ? Só isso ?

- Só. Estou atrasado para a aula!

- Não acredito! Está certo disso ?!

- Não se preocupe ainda vai haver tempo para me pedir desculpas, mas por hora, tenho que achar minha sala.

- Não estou falando sobre pedir desculpas para você. Estava perguntando em relação a sala. Sua sala é a 38-b2?

- Sim. Por que ?

- Porque é a minha sala também.

- Caramba que coincidência! Agora você terá todo o tempo do mundo para me pedir desculpas.

- Por que não pára de pensar nas minhas desculpas e começa a me ajudar a procurar a sala?

- Ahaa! Então você está pedindo a minha ajuda não é ?

- Não é isso seu idiota. É que lógicamente pensando nós teríamos uma chance maior de achar a sala se procurassemos juntos e também gastaríamos menos tempo.

- Bla!Bla!Bla!Bla!Bla! Bela explicação senhor “Lógico”, mas isso não muda o fato de que precisa da minha ajuda.

- Não adianta tentar te explicar mesmo não é ?!!

- Exatamente. Admita que precisa da minha ajuda, ai procuraremos a sala juntos.

- Tá, tá, não tenho tempo de ficar dando atenção a suas besteiras. Eu admito, preciso da sua ajuda.

- Viu! Não foi difícil. Agora me sinto bem melhor. Vamos procurar a sala.

- Sim. Vamos! Você tem idéia de qual sala seja?

- Não, não tenho. Mas deve ser aquela ultima lá . Vamos lá.

- Espere! Eu já verif... aff ! Não adianta ele já foi lá.

- Você vai ver, essa daqui concerteza é a nossa sal......

- ........................

- ..................

- Viu ! Teimoso! Eu já procurei nesse corredor inteiro. A situação é a seguinte; esse corredor começa com a sala 12 e termina com a sala 30. Se estiver em ordem crescente é impossível que a sala 38-2b esteja aqui.

- Entendi ! Então vamos procurar nos outros corredores.

- Não adianta! Os outros corredores tem a letra diferente da nossa.

- Então o que faremos?

- É o que eu queria saber também. Mas por hora vamos revisar nos corredores que não têm descrição.

- Certo. Vamos lá.

Passamos por alguns dos corredores sem descrições, e o resultado continuava o mesmo, não achavámos nossa sala. Faltavam somente dois corredores para serem verificados.

- Só restam aqueles dois corredores ali.

- É, parece que é só isso mesmo. Vamos lá olhar.

Aqueles dois corredores eram nossas unicas esperanças de chegar na sala de aula antes das 08:00 am.
Mal sabíamos que tais corredores abrigavam mais uma surpresa para nós.

- Hãn?!?

- Não pode ser ...

- Cara! Não acredito nisso.

- C-c-como não há nenhuma sala nesses dois corredores ?

- Isso é uma grande piada de mal gosto cara. Não pode ser. Vamos chegar super, hiper , mega atrasados na aula.

- Só imagino o por que de não haver salas aqui.... Ah! mas não temos tempo para ficar reclamando. Temos que encontrar uma solução rápida para esse problema.

- Isso mesmo. Vamos nos separar. Cada um fica com um corredor. Temos que encontrar alguma coisa cara! Não é possível que o diretor Reizel tenha nos dado o número da sala errada.

- Certo. Vamos lá.

Começamos a procurar minuciosamente pelos imensos corredores.
Mas não encontramos nada, então decidimos descansar. Sentamos ali mesmo, no chão brilhante daquele corredor vazio.

- Estamos ferrados!

- E vamos estar em dobro, se o sr. Reizel nos pegar aqui, fora da sala de aula.

- É mesmo. Se ele passar por aqui, nós teremos serios problemas.

- Nós não temos escolhas. Ou nós vamos até ele e perguntamos onde fica a sala ou ele nos encontra aqui, e ai nós estaremos com problemas.

- O pior é que não vejo outras opções além dessas. O que devemos fazer ?

- Bem, eu estava pensando e ir até o Sr. Reizel. E você ?

- Acho que devemos ir até ele mesmo. Afinal se ele nos acha aqui vai ser pior.

- Certo. Então vamos.

- Ok.

Começamos a caminhar em direção à diretoria. Passávamos pelos mesmos corredores onde procuramos nossa sala. Um por um, íamos nos aproximando da sala do Sr. Reizel.

Então notei que perto da sala dele havia uma porta vermelha, parecia uma dessas portas corta-fogo que dão acesso a uma escada.

A surpresa veio quando paramos enfrente da porta. " Acesso ao 2º pavimento" , "2", era o que estava escrito na porta. Não conseguia acreditar que passamos o tempo todo procurando a nossa sala e ela estava tão perto de onde começamos a procurar.

- Aaaaaahhh!! Não acredito! Não acreditoo!

- Caramba! Olha só cara! Essa é... essa é a porta que dá acesso a escada para o 2º pavimento.

- Vamos logo. Não podemos perder mais tempo.

Subimos a escada de acesso ao 2º andar e logo avistamos o corredor 2B. Caminhamos até a nossa sala.

-Hãn?!

-Caramba! Cadê o pessoal ?

-Será que chegamos atrasados demais ?!

-Não é possível. Ainda são 07:59 am, não haveria como nós estarmos tão atrasados o bastante para não encontrarmos ninguém na sala.

-E agora??!

-…..........

-…...... ???!

-Vamos ficar lá dentro.

-Ta doido ?! E se o sr. Reizel passar por aqui e nos ver sozinhos dentro da sala?

-É, realmente você tem razão. Mas se ele nos pegar fora da sala vai ser pior ainda.

-Eita merda! Estamos numa situação complicada.

-…......

-…

-É, estamos sim.

-De qualquer forma vamos ficar lá dentro.

-Está bem.

-…......

-…......??

-…....!!

-…....??!

-…..!!!!

-….??!!?

-O quê foi cara?

-Tive uma idéia.

-E precisa ficar me olhando com essa cara de doido?!

-Ah! Cala a boca e me ouça.

-Não cara. Estou falando sério, você me assustou. Não faça isso de novo tá ok?

-Ok. Mas voltando ao plano.

-Humm, qual o plano ?

-Vamos entrar e procurar alguma coisa que nos ajude a descobrir onde o resto do pessoal está.

-C-como assim ? Você está sugerindo que nós temos que entrar lá e procurar na mesa dos alunos e na mesa do professor?

-…......

-….....

-…....!!

-…....??! Olha lá hein cara. Você não vai fazer aquela cara de novo não néh!?

-Não. Mas agora que você disse sobre procurar nas mesas, acabei percebendo uma coisa.

-E o que é essa coisa ?

-Olha lá.

-….. O quê ?!? Só Vejo cadeiras, mesas e bolsas.

-Viu.

-Viu o qu- … Caramba! As bolsas.

-Isso mesmo. As bolsas ainda estão lá.

-Então...

-Então os alunos ainda estão aqui na faculdade. Vamos entrar.

-Certo.

Entramos na sala. A luz estava apagada. Notamos que havia em cada assento uma bolsa.

-Não podemos encontrar muitas pistas sobre onde o resto do pessoal está só com essas bolsas como evidencia.

-Teremos que olhar dentro de algumas dessas bolsas, e encontrar o horário das aulas, afinal sempre tem um aluno prevenido que arruma um quadro de horário para se precaver do “primeiro dia de faculdade”.

-Tá doido cara ?! Seremos punidos se o sr. Reizel nos pegar aqui.

-Então cala a boca logo e me ajuda a encontrar uma pista antes que ele chegue aqui.

-Você só fica mandando eu calar a boca, por que você tem que dar as ordens?!?

-Por que você não tem nenhuma idéia boa. Vamos parar de discutir e começar a procurar.

-Ok, vamos lá.

Começamos a procurar em cada bolsa. Começamos da primeira fileira da esquerda para a direita.

Por alguns segundos, pensei na idéia de ligar a luz para que pudéssemos encontrar o horário com mais facilidade, mas logo a idéia se dissipou quando conclui que seria pior se alguem nos encontrasse dentro da sala com a luz acessa; sendo que, com a luz apagada ainda poderíamos nos esconder dentro do laboratório de física. O fato de que nós não encontramos nada nos primeiros assentos, me deixou meio frustado, pois, concluía eu que encontraríamos o quadro de horário nas primeiras posições da fila.

Então, no quinto assento da quarta fila, encontramos o quadro de horário. O mais interessante foi o fato de que ao ver aquela bolsa, me bateu uma sensação de “deja-vú”. Começamos a olhar atentamente o quadro de horário, e então descobrimos por que a sala estava vazia.

-Caramba cara! É por isso que não tem ninguém na sala.

-É. É por isso mesmo.

-Vamos até lá.

-Sim, vamos nessa.

“Aula de esportes, afazeres físicos e treino de Xadrez.” , era o que estava escrito no quadro de horário. Não se encontrava as informações sobre o local das atividades, mas por julgar, de fato , seria no pátio da faculdade, pois é bem grande e comportaria todas essas atividades sem nenhum problema. Então nos dirigimos para o pátio da faculdade. Por instantes, deixei me levar por alguns pensamentos sem nenhum rastro de raciocínio; pensara sobre o por que de antes passarmos pelo pátio e ninguém estava lá; mas isso de longe era alguma forma de raciocínio, ou até mesmo de pensamento lógico; o motivo era obvio, pois, ao chegarmos todos estavam na sala de aula, e como demoramos muito para encontrar a nossa sala, logo chegou o horário da aula de esportes.

Deixamos nossas bolsas nas duas ultimas cadeiras da fileira do canto esquerdo, de modo que não fossemos percebidos quando o professor voltasse à sala de aula; logo depois fomos em direção ao pátio da faculdade. Paramos uns 15 m de distância do pátio e o corredor principal.

-Ei, mas espere um pouco.

-O que foi ?

-Se nós formos lá agora o professor irá nos pegar cara.

-É, disso eu sei. Por isso temos que criar um plano para nós não sermos visto por ele.

-E se voltássemos normalmente e disséssemos para ele que fomos ao banheiro?

- ........... Não. Não iria dar certo. Lá fora é um local muito apto para a prática de exercícios físicos, ainda não percebeu que há banheiros e vestiários depois da piscina?

-Não, não havia percebido.

-Pois é, lá fora tem banheiro suficiente para comportar no mínimo umas 200 pessoas. Seria uma má idéia dizermos que fomos ao banheiro do saguão principal sendo que lá fora tem banheiro para todos nós.

-Você está certo. Não seria uma boa idéia. Então, o que faremos?

-Ainda não estou certo. Mas acho que pode funcionar.

Entramos no pátio sem que ninguém nos percebesse e logo nos misturamos com os outros alunos.

Alguns corriam, outros jogavam vôlei e outros jogavam xadrez, mas a maioria eram maratonitas estimulados pela competição anual de corrida; entretanto seriamos facilmente notados se alguém parasse de fazer sua tarefa e prestasse a atenção em nossos uniformes. Os uniformes para a aula de atividades físicas eram diferentes dos normais, eram compostos por uma camisa regata branca, uma calça azul-marinho e um tênis preto, enquanto os uniformes tradicionais eram compostos por uma camisa branca de manga com o brasão da escola anexo no canto superior do lado esquerdo do peito, uma jaqueta para se no caso houver frio e uma calça azul-claro combinando com a cor do tênis. Logo nos direcionamos para o vestiário masculino, que por sorte se localizava logo após a saída do saguão principal à sua direita.


-Vamos, depressa.

-Já estou indo.

-Temos que chegar no vestiário, lá nós podemos executar o plano.

-Ok, vamos andando então.

-Sim, vamos lá.

Logo dentro do vestiário coloquei meu plano em prática.

-Temos que encontrar um armário desses maratonistas que estudam em modo semi-interno.

-Mas para o quê ?

-Vamos tentar encontrar uniformes de aula física.

-Humm... até que você é esperto. Mas como vamos saber qual armário é de um semi-interno?

-Se eu soubesse já estaríamos tentando encontrar um modo de abri-lo. Por hora vamos nos focar em descobrir o armário.

-….....

Começamos a olhar atentamente cada armário, um por um, já haviamos procurado por uns minutos consideráveis e então...

-Tive uma idéia.

-Você teve uma idéia?! Mas que surpresa.

-É eu tive, acho que vai nos ajudar.

-Então conte a sua idéia.

-Está bem.

-….

-O quê os maratonistas costumam fazer quando entram no vestiário ?

-Ora, é claro, eles vão tomar banho.

-Exatamente. Pense bem, se você fosse um desses caras, onde você colocaria suas coisas, nos armários da ponta, no meio ou no final ?

-Tsc. Eu não consigo pensar como um corredor, mas logicamente o melhor lugar para guardar minhas coisas seria... a ponta. Ficaria mais fácil para mim, eu tomaria o banho e depois pegaria minhas coisas, seria mais rapido não ?

-Eu descordo.

-Humpff! Por quê ?

-Logicamente o melhor lugar para guardar os pertences seria no final, pois o chuveiro fica mais perto, possibilitando sair do banho e não ter que andar tanto espaço para pegar suas vestes.

-Humm... faz sentido. Mas e se os corredores dessa faculdade não tomarem banho aqui?

-Isso poderia ser um problema para nós, mas felizmente isso é improvável.

-E por que você acredita nisso?

-Por quê o torneio de corrida é esse ano e o treinador provavelmente deve estar pegando pesado com os corredores e isso deve fazê-los treinar praticamente o dia todo; então lhe pergunto, você iria tormar banho em sua casa após um dia inteiro de treinamento ? 

-Creio que não. Talvez se não estivesse tão cansado.


-Então! Com certeza os maratonista devem tomar banho aqui!


-É, você pode estar correto. Vamos parar de pensar e vamos agir então.


-Não! Espere, se sairmos arrombando qualquer armário assim, isso poderia nos prej....


Quando notei ele já estava abrindo o primeiro armário, na hora não percebi, mas depois estranhei tamanha destreza ao abrir o cadeado do armário sem ao menos quebrá-lo, que era o que eu tinha em mente.

-EI! SEU IDIOTA! VOCÊ ME DEIXOU FALANDO AQUI SOZINHO!

-Hãn?!

-Não se faça de besta. Por que não esperou?
- Por que é melhor agirmos rápido, temos que achar logo os uniformes, daqui a pouco começará o intervalo.
Aí estaremos...

E como se tivessemos combinado, soamos o mesma palavra juntos.

-Fritos!
-Fritos!
-Êe!! O que é isso agora ? Além de fica fazendo careta para mim, vai me imitar também é ?
-Você que disse na mesma hora que eu. Não tenho culpa. Além disso, vamos logo procurar esses uniformes.
-Humm, sei. Está bem.

Então a procura pelos uniformes iniciou-se; para o nosso desespero, nada além de algumas meias sujas e umas cuecas no mesmo estado, ou pior ainda foram encontradas. Na prateleira abaixo, nada além de poeira e algumas marcas de terra batida, causadas pelos tênis sobrepujados de terra após um dia arduo de treino. Mas uma coisa me chamou a atenção naquele armario, no fundo da ultima prateleira, havia uma marca no canto inferior do armário onde um lado se encontrava com o outro, formando um ângulo perfeito de 90°. Tal marca parecia ser causada por algum certo atrito entre dois tipo de materiais sólidos; mas mesmo com minha exímia percepção, este detalhe quase não era notado, praticamente invisível a um olhar que não fosse tão minucioso quanto o meu.

- Vamos cara. O que está olhando aí ?! Este armário não tem nada além de uma boa refeição para as baratas e ratos que visitam nosso luxuoso centro de treinamento. Temos que encontrar logo esses uniformes.
- .... Err..Hãn.. Sim, claro vamos indo.

Era como se aquele brilho, resultante de um atrito regular entre dois corpos metalicos, me hipnotizasse e me acalmasse. De certa forma,conseguia mesmo que por poucos segundos, sentir o frio acalmante daquele metal sendo transferido para minha mão , mesmo sem toca-lo.
- E agora? Vamos abrir outro ?
- Claro, estamos correndo contra o tempo, já são 8:18 am.

Terry Morison, cresceu no distrito de Honari, cidade vizinha a New Frontie ,localizada a 75 km ao norte da capital Conrad; criado por seu pai Ted Morison; desde a morte de sua mãe em um acidante na rodovia Louis Gantenberg, conhecida como "rodovia 32", teve uma infância bastante conturbada. Após a perda de sua esposa, mudou bastante, nunca havia bebido mais que 2 cervejas por dia, sempre teve repulso por cigarro, mas as coisas mudaram. Dois meses após o funeral de Annie, Ted Morison bebia e fumava tanto que o pequeno bar "Drinks Night", que se localizava uma quadra de sua casa, reformou sua sacada só com o dinheiro que provinha dos bolsos de Ted, desde então se quer notar a presença do seu filho dentro de casa. Seis meses se passaram e Ted proibiu o pequeno Terry de ir à escola.

- Você tem que respeitar a morte de sua mãe! Eles não entendem, eles não sabem como é a nossa dor.

- Mas pai! Não é você que sempre diz que temos que seguir de cabeça erguida após uma queda?! Isso foi uma grande queda para nós não foi?
- Cale-se Terry ! Está proibido de tocar nesse assunto novamente! Vá para o seu quarto!
- Mas pai!
- Terry Morison! Não me desobedeça garoto!
aratonista devem tomar banho aqui!

-É, você pode estar correto. Vamos parar de pensar e vamos agir então. 

-Não! Espere, se sairmos arrombando qualquer armário assim, isso poderia nos prej....

Quando notei ele já estava abrindo o primeiro armário, na hora não percebi, mas depois estranhei tamanha destreza ao abrir o cadeado do armário sem ao menos quebrá-lo, que era o que eu tinha em mente. 

-EI! SEU IDIOTA! VOCÊ ME DEIXOU FALANDO AQUI SOZINHO!